Como o uso excessivo de antibióticos ameaça a humanidade

Desde 2014 a Organização Mundial da Saúde já vinha alertando em relatórios o fato de que a resistência a antibióticos trata-se de uma ameaça à saúde publica mundial.

Segundo estudos que analisaram uma grande quantidade de países, concluindo que esta resistência está crescendo em todas as regiões do globo, as consequências podem ser devastadoras. E que medidas sérias precisam ser tomadas com urgência para evitar este cenário.

Foram estudadas sete bactérias que provocam doenças comuns, mas que ainda assim podem ser consideradas sérias, tais como a pneumonia, a diarreia e infecções sanguíneas.

As análises indicaram que dois dos antibióticos mais comuns já não funcionam em mais da metade dos pacientes, na maioria das regiões.

Isto ocorre porque as bactérias sofrem mutações até o ponto de se tornarem imunes aos antibióticos, no entanto a utilização inadequada destes medicamentos e sua prescrição desnecessária, faz com que este processo ocorra muito mais rápido.

Enquanto este quadro não muda, novos antibióticos precisam ser desenvolvidos, até que se encontrem medidas para retardar a tendência de resistência generalizada das bactérias.

Desde sua descoberta os antibióticos têm sido fundamentais para os humanos viverem por mais tempo e de forma mais saudável, mas agora sua utilização desenfreada e desnecessária pode se tornar uma faca de dois gumes, levando as pessoas a começarem a morrer de simples infecções, facilmente tratáveis há décadas.

Em diversos países com muitas doenças que podem ser tratadas eficazmente com antibióticos, vimos nos últimos tempos, um maior acesso aos medicamentos necessários, obviamente isto é algo positivo, no entanto a medida que mais e mais nações obtém acesso a estas drogas, as taxas de consumo aumentam e consequentemente isto leva a taxas mais altas de resistência a antibióticos.

Esta resistência bacteriana já seria, desde 2014, responsável por mais de 700.000 mortes por ano em todo o mundo. Eliminar o consumo inútil de antibióticos deve ser uma prioridade, caso contrário, a resistência aos antibióticos poderia ser responsável por até dez milhões de mortes ao ano até 2050.

Outro problema sério, apontado pela Organização das Nações Unidas é o uso indiscriminado e excessivo de antibióticos no setor agropecuário e os riscos associados ao uso desmedido destes medicamentos na produção de alimentos.

Se levarmos em conta que sete em cada dez doenças humanas recém descobertas são de origem animal, acredita-se que as práticas da indústria alimentícia de carne ocupam uma posição central no combate à resistência microbiana.

Sabemos que o fortalecimento dos agentes infecciosos frente às drogas são uma parte natural da adaptação destes micro-organismos, mas o processo tem sido acelerado vertiginosamente pelo uso inapropriado das drogas, principalmente em espécies criadas nos sistemas de produção intensiva.

Nesta área também é fundamental a implementação de políticas de melhoria na higiene, na prevenção de doenças e no acompanhamento veterinário da criação, assim como o fornecimento de alimentos mais nutritivos para os animais da pecuária e para os peixes, para que estes tenham seu sistema imunológico fortalecido.

---

Imagem: PixBay e Fontes de Pesquisa: BBC, NacoesUnidas e CorreioBrasiliense, para ler mais, visite: Mary Emily - Todos os Artigos

---